De 1º de janeiro até esta quinta-feira, dia em que começa a valer a pena maior para o motorista bêbado que causar acidente com vítima, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) aplicou 1.077 multas por embriaguez e prendeu 127 condutores por dirigir embriagado nas rodovias federais de Santa Catarina. As ações são resultado dos 29.331 testes de bafômetro feitos pela corporação neste ano. A partir de agora, quando houver ferido grave ou morto em acidente provocado por motorista bêbado, a pena máxima passa de quatro para oito anos (morte) e de dois para cinco anos (lesões). Além disso, não poderá mais ser estabelecida uma fiança pelo delegado para soltura imediata, sendo necessário aguardar a decisão de um juiz.
Nos dados fechados até o mês de março, 2018 teve 25.512 testes de bafômetro, 918 multas por embriaguez e 102 prisões por dirigir embriagado. Na comparação com o mesmo trimestre de 2017, as multas sobem para 1.177 e as prisões para 109. Proporcionalmente, porém, a diferença é pequena, já que o número de testes de bafômetro também foi maior no ano passado: 30.337.
O Inspetor PRF Carlos Possamai diz os números já apresentam uma leve queda nos últimos anos e que a tendência é que a legislação mais rígida ajude a diminuir os índices ainda mais.
— Possivelmente (essa diminuição) é uma mudança de mentalidade e da tolerância da mistura do álcool e direção. Essa legislação que agrava a pena para quem dirigir embriagado e causa acidente com vítima vai fazer as pessoas repensarem esse hábito. A pessoa embriagada tem reflexos mais lentos e tende muito mais a se envolver em acidentes do que quem está sóbrio — destaca.
O tenente-coronel Fábio Martins, responsável pela seção de Comunicação Social da Polícia Militar Rodoviária Estadual (PMRv-SC), ressalta que o trabalho de fiscalização das polícias rodoviárias já tem sido intenso e continuará o mesmo. Ele defende que o fundamental é a mudança cultural e de comportamento do motorista de forma permanente:
— A legislação existe mas há muita gente que opta por descumprir ela. Precisa mudar a cultura, porque há relação direta com o modo de dirigir do condutor. Nas nossas operações damos ênfase na embriaguez porque ela potencializa os acidentes, nossa experiência e os números comprovam isso. A mudança de comportamento é muito lenta, ainda patinamos. Há alguns anos a grande campanha era pelo cinto de segurança e hoje todo mundo usa. Esperamos também que acabe essa cultura da embriaguez ao volante algum dia.
Foto: Marco Favero / Diário Catarinense
Fonte: DIÁRIO CATARINENSE