Desemprego será desafio

  03/10/2018 - 8:48

O combate ao desemprego será um desafio para o próximo presidente da República

Seja quem for o presidente eleito, a perspectiva de adoção de medidas que resultem na diminuição do desemprego será um dos fatores que pesará na escolha do candidato vitorioso. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem 12,7 milhões de pessoas desocupadas, um contingente maior do que a população da cidade de São Paulo e de países como Bolívia, Bélgica ou Cuba.

Levantamento feito pela Agência Brasil a partir de dados do IBGE, desde o 2º trimestre de 2012, mostra que, em seis anos, a evolução do saldo de pessoas com 14 anos ou mais ocupadas corresponde a um crescimento de 1,88%. Cinco setores em 12 tiveram desempenho negativo, sendo que o setor de “agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura” sofreu queda de 19,27% no número de pessoas ocupadas. No período, o destaque positivo foi o setor de “alojamento e alimentação”, alta de quase 35% no número de pessoas ocupadas.

Vale notar que neste ano apenas quatro setores atingiram o maior número de pessoas ocupadas desde 2012: “administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”; “alojamento e alimentação”; “transporte, armazenagem e correio” e “outro serviço”.

O resultado tímido da melhoria da desocupação, o crescimento ainda incipiente do mercado formal de trabalho e o fenômeno de pessoas que desistiram de procurar emprego, o chamado “desalento”, compõem o cenário nebuloso que o próximo presidente terá que enfrentar.

Técnicos especializados como Felipe Vella Pateo, responsável pela área que produz as estatísticas do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho, pondera: “Mudanças na política sempre podem afetar o crescimento econômico e consequentemente a geração de emprego. Difícil fazer uma previsão para além de 2018”. De janeiro a agosto, foram criadas aproximadamente 568 mil vagas com carteira assinada.

Medo do desemprego

Parece mais clara a influência do desemprego na decisão eleitoral. Para a cientista política Maria do Socorro Braga, “o desemprego tem um grande impacto nas preferências eleitorais, especialmente nos setores empobrecidos e médios que dependem do trabalho para manter sua subsistência”.

Pesquisa de opinião da CNI (Confederação Nacional da Indústria), feita no final de junho em 128 municípios (amostra de 2 mil pessoas entrevistadas), confirma a percepção sobre a importância do emprego. O levantamento mostra que o medo de perder o trabalho aflige quase 68% dos brasileiros. Em mais de 20 anos da pesquisa da CNI, esse é o maior índice atingido – 18,3 pontos percentuais acima da média histórica de 49,6%.

A capacidade de gerar emprego deverá ser uma das principais preocupações do novo presidente após a posse em janeiro de 2019. Conforme economistas ouvidos pela Agência Brasil, o aumento da oferta de emprego pode ser resposta positiva e também elemento indutor à retomada do crescimento econômico.

“Independentemente de quem ganhe, o grande desafio será gerar emprego”, assinalou Maria Andréia Lameiras, da área de macroeconomia do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica). Segundo a especialista, que edita carta de conjuntura sobre mercado de trabalho, o governo tem tradicionalmente protagonismo para provocar contratações.

O diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Clemente Ganz Lúcio, também assinala o papel que o governo poderá assumir para estimular a economia e gerar mais empregos. “É necessário o aporte de recursos e a adoção de políticas públicas de efeito multiplicador”, defendeu.

FONTE: O SUL

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